“AD AETERNUM”
São “ad aeternum” pela sua robustez, durabilidade e versatilidade, mas são os passos dados de quem abriu caminhos nunca antes percorridos com elas, que as imortalizaram.
Renovação cultural, explosão de ideias e inconformismo nas camadas mais jovens, foram os moldes que tornaram as botas da Dr. Martens símbolo da contracultura.
Eram usadas principalmente pela classe trabalhadora para proporcionar mais conforto e, passaram a ser calçadas por outros, por solidariedade pelas condições da classe operária.
Outra personalidade que ajudou a dar visibilidade a esta questão social, foi Anthony Benn que pertenceu ao partido trabalhista britânico e calçava orgulhosamente o seu par de Dr. Martens.
“PETER TOWNSHEND E MOVIMENTOS SOCIOCULTURAIS ”
“It don't matter where you're from
What matters is your uniform
Wear your braces round your seat
Doctor Marten's on your feet… “
Este trecho é da música “Uniforms” de Peter Townshend, vocalista da banda de rock britânica “The Who”.
Este ícone do rock partilhava com a Dr. Martens a ousadia, coragem e o “free spirit” que inundou as décadas de 60/70.
Diz-se que Peter iniciou a tradição de partir guitarras em palcos, nos seus concertos… mas o que é certo, é que nas suas performances não faltavam as botas mais icónicas de sempre!
A juventude britânica no pico da descoberta por formas de auto expressão e afirmação da sua autenticidade e unicidade dividiu-se em vários grupos como scooterboys, emos e skinheads. Este último difere do significado atual e tem origem na fusão de mods e rude boys, dois movimentos sociais da altura.
Em qualquer um destes grupos a música teve um papel fundamental, não só pelas letras mas também pela caracterização através do vestuário e calçado. As estrelas do psychobilly, do grunge,do punk rock e de outras variantes do rock impulsionaram, sem dúvida alguma, a ascensão da Dr. Martens.
DR. MARTENS VS VIC ALBERTINE
Viviane Albertine é cantora, compositora e foi guitarrista da banda de punk rock “The Slits”.
Em 1975, ousou e usou pela primeira vez na história um par Doc Martens com minissaia. A ideia era manter a feminilidade sem perder a irreverência e sensação de poder quando se calçavam as “bouncing soles boots”.
Nos anos 70 era chocante vestir-se como Viviane, porém a audácia de conjugar as DMs com minissaias, vestidos e até tutus de bailarina, abriu espaço para que o público feminino considerasse outras opções e se empoderasse.
A irreverência não é um segredo.